Poema Meu - Fluindo


Fluímos em fluidos expelidos por pensamentos arrastados,
em meio a gemidos e sussurros — ouvíamos as horas passar.
Nós, entrelaçados em abraços fortes e apertados,
despreocupados, seguindo o caminho, sem querer chegar.

De dia, éramos corpos.
À noite, virávamos alma.
De dia, perdíamos o foco.
À noite, agíamos com calma.

Turvas curvas enxerguei, sob o manto negro da escuridão que nos cobria.
Eram curvas turvas, de uma escultura lapidada com delicadeza e poesia.
Meus olhos impacientes estavam cientes do que viam:
uma cena pintada pelo destino — aquela garota, uma linda tela.


por Afonso Baldez

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