Poema Meu - Palavra Inaudita


O relógio me diz que é tarde
Olhos inchados de lágrimas noturnas.
Observo aquele que era o seu lado na cama.
Se ainda te amo? Amo — é verdade.

Chá e oração antecedem o sono.
Clamo para que quem eu amo esteja bem.
Essa fé que floresce em mim tem seu nome.
Já nem sinto mais a dor do abandono.

Se ainda me ama? Não sei.
Quanto ao “nós”? Errei.
É que me veio essa sensação maldita.

Querendo te falar, engasguei.
“Eu sempre te amarei”, pensei —
mas são apenas palavras inauditas.


por Afonso Baldez

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