Poema Meu - Demasia
Eu penso tanto,
E digo tão pouco.
Só de pensar nisso,
Quase fico louco.
Me calo tanto,
Grito tão pouco.
Do tanto que queria gritar,
Poderia, enfim, ficar rouco.
Observo tanto,
E quase não sou visto.
De tanto comer com os olhos,
Ao pecado da gula me arrisco.
Eu sofro tanto,
Quase não recebo conforto.
E quando repouso em minha cama,
Meus olhos se encharcam aos prantos.
Me doo tanto,
Que quase não me tenho mais.
Por não receber nada em troca,
Troco contigo estes restos mortais.
Eu sinto tanto,
Que já não sei quem sou.
Se sou o tanto que fiz questão de sentir,
Ou se senti, que de tanto em tanto, minha vida passou.
por Afonso Baldez
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