Poema Meu - Máscarar


Tirei a minha máscara
e quem me viu de verdade se foi.
Agora, minha dor é palpável —
encarar meu próprio rosto dói.

Tirei a minha máscara,
e o peso da dor tornou-se visível.
Vi espanto em rostos comuns,
que achavam meu sofrer impossível.

Minha carne pútrida e viva tem escaras,
marcas de histórias que acabam em reticências,
cheias de protagonistas mascaradas.

Talvez a máscara seja minha deficiência,
minha muleta neste palco ingrato —
que esconde tão bem a dor...
com tamanha eficiência.


por Afonso Baldez

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