Poema Meu - Imutável


Do papel
Sou o sumo do que foi amassado
Não a promessa de um novo desenho

Do vaso
Sou os cacos que restaram
Não a ternura que acolhe a flor

Da parede
Sou camadas de tinta vencida
Não a esperança de ser renovada

Do grito
Sou o eco que insiste
Não o desejo de ser escutado

Sim, pode ver em mim o futuro,
As chances de renascer num novo ser
Mas se me ancora ao que fui um dia,
Duvido que possa florescer.

por Afonso Baldez

Comentários

  1. Uau, eu gostei do seu poema!

    Mas tenho minhas dúvidas se a estrofe final realmente carrega o efeito desejado (que eu não faço ideia qual seja kkkk). No caso, seu poema tem uma estrutura e um fluxo de ideias bem definidos e essa sua última estrofe carrega uma ideia de explicação que pode ser bem vinda ou não. Isso talvez dependa do efeito que queira causar no leitor. Nessa minha primeira leitura, ficou um pouquinho estranho em face do restante do poema, mas, sei lá, pode ser paranoia da minha cabeça kkkk.

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    Respostas
    1. Que bom que gostou!

      O poema em si, fala, e muito, sobre como eu me vejo pela pseudo-visão do outro. Sou o meu erro o quem errou?! Algo assim.

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