Poema Meu - Uns Para os Outros


Eu não sou um enigma.
Não sou um mistério.
Não sou um problema.
Não sou um labirinto.
Não sou a esfinge.
Não sou a pergunta.

Também não sou a resolução.
Não sou a resposta.
Não sou a saída.
Não fui decifrado.
Não sou a solução.
Não sou a permissão.

Mas os outros insistem em ser —
uns para os outros:
enigmáticos, misteriosos, problemáticos, labirínticos,
a própria esfinge, uma charada.

Pedem resoluções,
respostas,
saídas,
soluções,
permissões,
decodificação...

Nunca dão. Só cobram.


por Afonso Baldez

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